segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Circo dos Amores Impossíveis

Do espetáculo O Circo dos Amores Impossíveis, poesia de Itamar Pires Ribeiro, musicada por Débora di Sá. A foto é de Gilson Borges.

domingo, 28 de agosto de 2011

LABIRINTO


PRA SEMPRE PRESA NESTE LABIRINTO SEM SAÍDA, ONDE ENTREI POR
GOSTO, ME PERDI POR VONTADE E AGORA, POR MAIS QUE EU TENTE,
NÃO ENCONTRO A SAÍDA, VOLTO SEMPRE AO MESMO LUGAR DESTE
LABIRINTO VAZIO, SEM PAREDES, SEM SEQUER A ESPERANÇA DE UM
MINOTAURO QUE APAREÇA DE REPENTE E, FINALMENTE, ACABE COM TUDO.

domingo, 3 de julho de 2011

SE

Essa eu também encontrei no blog do Kleber Bordinhão. Não resisti e também publiquei. É de Alice Ruiz.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

MINUTO

Há uns dez anos uso a agenda da tribo. Afinal, se a rotina é inevitável, que pelo menos seja acompanhada de sensibilidade e inteligência. Nestes anos não forma poucas as vezes que a tribo me deu a palavra exata na hora certa. Por isso resolvi postar o poema que a tribo me ofereceu hoje: Minuto, de Kleber Bordinhão. Quem quiser ver mais, acesse o blog: www.kabs82.com

segunda-feira, 27 de junho de 2011

                Outro dia um amigo me falou que essa mania de sentir saudade era coisa da minha personalidade. Aí eu me lembrei que já ouvi isso antes. Um outro amigo disse que tinha uma música que se parecia comigo. Escreveu a letra e grifou a parte que achava a minha cara.  
Às vezes eu acho que eles têm razão...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Diálogo II - AQUELES OLHOS

     Uns olhos de um verde que a gente não sabe dizer, não pode jurar que sejam verdes.
     E vai ver é um azul que também não se pode garantir. Olhos grandes, porém proporcionais ao belo rosto, com aquela cor dos olhos mais belos que existem e que não sabemos, pelo menos eu, precisar. Eu estou propenso a dizer que são da cor de água-marinha, mas sei lá! Tenho medo de garantir porque eles podem ser verdes, assim de um verde que existe naqueles olhos dela como também podem ser azuis, ou de uma mistura do verde misterioso dos abismos dos mares com o azul divino dos céus. Uns olhos que existem mais para serem vistos que para olharem... Olhos azuis, verdes, cor da água-marinha, olhos de pedra preciosa com vida, calor, alma, briho, olhos de olhar penetrante que invade a nossa alma e se derrama em nosso coração. Olhos que parecem não olhar a vida e sim os sonhos... Eu daria muito para ver aqueles olhos como eu desejo...
     Olhos belos que eu não sei a cor exata, faiscantes e que devem ficar mais encantadores se a dor de um amor profundo cravar em cada um, um brilhante sem jaça de lágrima.
Ruy Alves
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Grandes, profundos, castanhos
(Castanhos são todos os olhos
que não são verdes, azuis ou pretos.)

Mas os seus são... seus!

Olhos que cantam
Que acolhem
que sorriem

E o que eu não daria para que fossem
Olhos que desejam?

Quanta inveja devem ter os olhos verdes...
E os azuis, então?
Olhos de água, olhos de pedra
Tanta frieza diante do calor dos teus olhos castanhos.

Ah, perder-me para sempre nesses olhos de menino
Olhos traquinas de menino bonito.

Eu daria muito para ver aqueles olhos como eu desejo...
Olhos de desejo.
                                                                             Lua Barreto

terça-feira, 8 de março de 2011

Diálogo - provocado pelo ensaio de Anjo Clandestino - Duo (a primeira morte na família) - por Lua

Meu avô tinha mania de escrever nas beiradas dos livros. Herdei dele esta e outras manias. Como ler poesias acompanhando as fases da lua. Fazíamos isso juntos, até meus nove anos, quando ele morreu. Hoje mantenho com ele um diálogo através de seus escritos. E às vezes eles são mote para os meus...
PUREZA - Ruy Alves (1965)

     A noite caía, assim como caem as noites frias de inverno. Sim, de inverno, porque no Brasil há muitas noites frias, inclusive no inverno... Mas, apesar de tudo isto e aquilo, a noite caía lenta, leve, opaca, misteriosa e escondida. O inverno se cobre de noite sem aquela possibilidade de vermos as coisas lá longe. O homem não pode ver longe as coisas e até a vida... Haja vista que a vida no inverno, é em reduto fechado. As ruas são mortas, o ar é triste. Aliás, não há nada mais triste que uma noite fria...
     Mas a noite vinha, ou melhor, já era noite de temperatura baixa. Eu nela e igual a ela, até certo ponto... Isto é, triste e só. Sim, a noite fria é muito só... não tem estrelas, não tem gente solta por aí, está tudo como que guardado para a primavera e para o verão. E eu vinha com frio na rua deserta quando ela, bela e de braços cruzados assim como todo mundo cruza quando está com frio. Ela, de braços bonitos, comprimindo seus lindos e sensuais... movimentos respiratórios... Ela, com o corpo das quatro estações ia pela rua fria, com tudo que Deus tão prodigamente lhe deu... Eu pensei, olhei e vi que apesar de tudo era uma mulher que não olhou para meu carro e ainda tirou o braço direito de cima do peito e se benzeu. Cruzamo-nos à frente de uma igreja. A noite era fria, eu pecava pensando e ela nem em pensamento...
     Ela ia indiscutivelmente só. Só até em pensamento!...

OLHOS - Lua Barreto (2006)


Descia a rua
E levava comigo seus olhos
Olhos frios como uma noite de inverno.

Não ia só.
O frio azul de seus olhos
Seguia comigo.

Pena...
Trouxesse comigo um sorriso
Em lugar dos olhos
E seria verão em meu peito.

Posso ser
Pra você
Morte
E Paraíso
Oferenda
E sacrifício
Princípio
E precipício
Toda paixão
Todo vício
Toda sua
Nua
E crua

Posso ser tudo
Depois dormir um pouco
E não ser mais
Nada.

Anjo Clandestino

Me deixa ser teu anjo
Um anjo à avessas
Anjo sorrateiro que pula ajanela no meio da noite
Anjo clandestino, sem passaporte
Imigrante ilegal na tua vida

Me deixa te ensinar a romper as barreiras do céu e do inferno.
Eu juro
Que sou capaz de te devolver as tuas asas
De te ajudar a voltar inteiro
E mais humano
A cada manhã.

Deixa...
Nem que seja só
Uma vez